Foi numa bela conversa com o meu filho, na altura com 4 anos, que ele me fez uma pergunta pertinente.... - Mãe, vais gostar de mim mesmo depois de morreres? Respondo rapidamente com a certeza que as mães por vezes têm: - Claro! No entanto ele não ficou contente com a resposta… - Mãe, como é que isso é possível? Faço uma breve análise às minhas crenças e respondo: - Vou ficar uma estrela a olhar para ti e vou poder continuar a amar-te. Com aqueles olhos cheios de sabedoria que têm as crianças de 4 anos ele diz: - A sério mãe? Mas quando morremos só ficam os ossos, a carne desaparece e fica toda em migalhinhas na terra. Observo o seu pragmatismo e respondo, acreditando estar a seguir a mesma linha de pensamento dele. - Sim e depois as árvores alimentam-se ... Resposta rápida. - Mas mãe, as árvores não comem fígados! Paro, só me apetece dar daquelas gargalhadas, mas tenho de prosseguir a conversa! Falámos de amor, do ciclo da vida, de que nem os adultos têm todas as respostas, dos mistérios da vida! Adoro estas conversas que nos põem a refletir sobre as nossas crenças, as nossas verdades absolutas. Agradeço ter um pequeno filósofo que me inspira e ensina, me faz ver que ser mãe é mais do que ensinar, é aprender… é mais do que mostrar, é descobrir. As conversas sobre assuntos sérios não têm de ser graves e sérias, podem ser leves, frescas e cheias de vida, mesmo aquelas em que falamos de morte. E nunca se esqueçam, "as árvores não comem fígados".
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